A cidade de Rio do Oeste, no Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina, acolheu, no dia 13 de março, um Encontro de ex-alunos do antigo Seminário “São Francisco Xavier”, obra dos Missionários da Consolata, onde, entre os anos 1940 e 1989, estudaram centenas de adolescentes e jovens. Faixas colocadas ao logo da via na subida que leva ao Santuário de Nossa Senhora Consolata acolhiam os participantes que chegavam trazendo recordações.
“Nós
chamamos nossos ex-alunos de Amigos da Consolata”, explicou padre Lírio
Girardi, superior provincial da Congregação no Brasil, ao abrir o
encontro. “Um momento como este tem por objetivo possibilitar o
reencontro de muitas pessoas que estiveram juntos neste lugar para
reviver, partilhar, estreitar os laços de amizade com os colegas e com
os missionários, formando uma rede de amigos”, acrescentou padre Lírio,
agradecendo a presença dos cerca de 80 antigos alunos, algumas esposas e
filhos.
Coube
ao prefeito da cidade, Odenir Felizzari que também estudou no
seminário, agradecer aos missionários da Consolata pelo trabalho que
realizaram em Rio do Oeste. “Agradeço pela história que construíram na
nossa cidade e no coração de cada um de nós”, disse o prefeito ao saudar
os padres José Radici, Geraldo Deretti, Sabino Mariga e Durvalino
Condiciali, alguns dos missionários que trabalharam no Seminário e, na
ocasião, receberam uma homenagem especial. Impossibilitado de
participar, padre Jordão Pessatti enviou mensagem.
Reunidos
no auditório do antigo Seminário, os amigos passaram o microfone de mão
em mão externando sentimentos de gratidão e reconhecimento pelo que
tinham recebido nos anos de formação naquela casa.
Conta
a história que a cidade de Rio do Oeste, fundada em 1912, foi
inicialmente assistida pelos Franciscanos e Salesianos. Em 1940, os
padres italianos Domingos Fiorina e Dionísio Peluso foram os primeiros
missionários da Consolata a se fixarem na cidade onde logo abriram o
Seminário “São Francisco Xavier”, com 16 alunos. Anos mais tarde a casa
chegou a abrigar mais de 100 seminaristas e o Instituto teve de
construir um amplo prédio ao lado do Santuário da Consolata. O projeto
executado em etapas levou quase 20 anos para ser completado. Na década
de 1960, o Seminário abriu vagas para alunos externos passando a se
chamar “Ginásio Allamano”.
Durante
o encontro, a missa, celebrada na capela do antigo seminário, foi
considerada o ponto mais alto do dia. Refletindo sobre o significado do
acontecimento à luz da Palavra de Deus, padre Lírio Girardi assim se
expressou: “criados à imagem e semelhança de Deus, temos a necessidade
de permanecermos muito unidos a Ele. O nosso sentimento de gratidão por
este acontecimento é por que Ele nos ama”, afirmou. Filho da cidade,
padre Lírio fez, em nome de todos, um agradecimento especial a dom José
Juvêncio Balestieri, bispo emérito de Rio do Sul, considerado “a alma da
casa”. O bispo coordenou a equipe responsável pela restauração do
edifício, transformado em Centro de Diocesano de Formação. “Essa casa,
fruto do sacrifício de tantos missionários e de modo particular da
comunidade de Rio do Oeste, por muitos anos formou cidadãos e
missionários, agora reencontra a sua finalidade: a formação de pessoas”,
concluiu padre Lírio. O edifício abriga também uma rádio comunitária.
O
sentimento geral era de gratidão e contentamento. “É uma pena ter que
se despedir. Gostei muito, principalmente da missa e da partilha com os
amigos”, Sílvio Kafka que fez parte da coordenação dos trabalhos. Para
Agostinho de Luca, que reside em Rodeio, SC, o encontro “foi uma
oportunidade para rever os amigos e saber como estão hoje”, afirmou.
Ademar
Dalfovo, prefeito de Taió, SC, estudou no seminário nos anos 1960 a
1964. Segundo ele, o tempo foi pouco para tantas recordações. “A próxima
vez nós poderíamos começar no sábado e terminar no domingo. Foi
maravilhoso e isso poderia se repetir todos os anos. Seria bom se cada
um trouxesse mais dois ou três colegas”, disse, sugerindo a elaboração
de uma programação.
Gisleni
Tank, esposa de Ademir Mário Tank, residentes em Guaramirim, também fez
a sua avaliação. “Estou emocionada como mulher e esposa por conhecer o
lugar onde o Ademir viveu parte da sua vida. Gostei muito, parabéns.
Estou feliz porque o meu marido está feliz”, afirmou emocionada.
Életo
Franzoi, aluno no seminário de 1966 a 1969, veio de Blumenau. “Este
encontro significa o resgate de velhas amizades e do trabalho incansável
dos missionários e de toda a Igreja católica. No Brasil, muita gente
somente teve condições de estudar, graças aos colégios dos padres. Hoje,
são pessoas de bem, que de certa forma contribuem para a evangelização,
fruto da disciplina e da educação religiosa”, afirmou aprovando a
iniciativa. Durante o almoço, o grupo musical “Brasil-Itália” cantou
composições italianas e no final do dia, alguns fizeram uma rápida
visita à Gruta do Tigre, lugar turístico de Rio do Oeste.
O
próximo encontro foi agendado para o mês de maio de 2012, quando Rio do
Oeste celebrará 100 de fundação. Em Santa Catarina, além de Rio do
Oeste, os missionários da Consolata, trabalharam em Laurentino, Pouso
Redondo, Rio do Campo e Garuva. Com o objetivo de ir a lugares mais
necessitados de evangelização, deixaram aquele estado em 1998, depois de
58 anos de presença pastoral e a formação de 38 padres, quatro irmãos
religiosos e um bispo.
Foto: Cleidir Eismann
Por P. Jaime Carlos Patias
Por P. Jaime Carlos Patias
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